quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A LUTA só começou - Em defesa da democracia

Completamos nesta data, 14/11/2007, 20 dias de ocupação do prédio da reitoria da UFPE. Neste período, realizamos assembléias, discussões, mobilizações e atos exigindo do Conselho Universitário o mínimo: a consulta da comunidade acadêmica, através de um Plebiscito oficial, sobre a adesão ou não ao REUNI.

A existência de um projeto que vem para mudar radicalmente a estrutura da universidade pública, o REUNI, era desconhecida por muitos atores que deveriam estar conscientes a respeito de todas as implicações do programa. A "revolução" tão apregoada por Amaro não é clara o suficiente para ser aprovada. Partindo desse julgamento, ao dia 26 de outubro, estudantes se manifestaram à porta do Conselho Universitário, considerando-o ilegítimo pela falta de quórum mínimo(demos partida para a revogação do Conselho Universitário que aprovou o REUNI também pela via judicial).

O não-pagamento das bolsas foi um cruel instrumento utilizado para com os bolsistas e ocupantes. Os funcionários receberam seus salários e estudantes que dependem da gratificação foram seriamente atingidos pela falta de compromisso da reitoria para com o corpo discente da Universidade Federal de Pernambuco. Temos ciência de fato e nos solidarizamos com as vítimas do impasse. Por isso desde o dia 05/11/2007 nos dispomos a abrir a reitoria para a entrada do pessoal da folha de pagamento.

Centramos os nossos esforços na tentativa de impedir a implementação do REUNI, e isso não se deve apenas ao projeto maléfico que o REUNI tem para a educação pública, mas também à forma como o Governo Federal e as reitorias vem conduzindo a sua implantação. Não é à toa que estudantes de todo o país dizem não ao decreto do REUNI. Não é à toa que 15 reitorias estão ocupadas.

Aqui na UFPE, a "aprovação" do REUNI se deu via Conselho Universitário. O Conselho é um espaço restrito e que não garante a participação equivalente de estudantes, técnicos e professores. Mesmo com essa realidade, a reitoria ainda precisou afunilar ainda mais este espaço. Conselheiros não foram convocados em prazo hábil, que é de 48 horas. O reitor Amaro Lins aprovou o REUNI - pasmem - sem quórum de funcionamento. O REUNI passou com apenas 26 dos mais de 70 conselheiros, quando, no mínimo, teria que se contar com 30.

Optamos, em assembléia, pela retirada do prédio do prédio da Reitoria. Não pelas ameaças de utilização da força policial, punições administrativas e/ou processos judiciais - se assim fosse teríamos abandonado o prédio desde o primeiro dia - mas sim pelo esgotamento das tentativas de diálogo com a administração da Universidade e ppelas dificuldades financeiras que os bolsistas têm enfrentado diante da negativa da reitoria em efetuar o pagamento das bolsas.

Acreditamos na importância da ocupação do prédio da reitoria para visibilidade das ações nocivas do REUNI e consideramos este ato como um marco para o movimento estudantil na UFPE. Mas nos retiramos do prédio da reitoria conscientes de que as assembléias e mobilizações continuarão no campus, de que é preciso uma maior articulação.

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