sábado, 27 de outubro de 2007

Relatório da reunião com o reitor

O reitor Amaro Lins apareceu por volta de 11:30 da manhã no campus da UFPE. Mas o mesmo não compareceu diretamente à reitoria, onde está havendo a ocupação, solicitando uma comissão que representasse os estudantes para negociar com ele no CTG.

Os estudantes haviam decidido em assembléia que as decisões seriam tomadas coletivamente. Por volta das 12:30 Amaro compareceu à reitoria, dado que nenhum estudante se dispôs a sair da ocupação. Um estudante leu uma carta que demonstrava as reivindicações e narrava todo o processo de mobilização ocorrida ontem.

Logo após houve um debate que ocorreu de forma ampla e democrática. O reitor se comportou de forma evasiva, fugindo quando lhe foi conveniente dos questionamentos levantados pelos estudantes e, mantendo uma postura defensiva, não atendeu à principal pauta do movimento estudantil: a revogação do REUNI.
Segundo o reitor, o Reuni foi aprovado para a UFPE, mas posteriormente (daqui a cerca de uma semana) haverá discussões com a comunidade acadêmica para tratar de assuntos correspondentes à implementação do programa.

Foi garantido aos estudantes que a reitoria não será desapropriada e não haverá nenhuma forma de repressão por parte da polícia. Os estudantes também garantiram que a reitoria terá o funcionamento normal.

O reitor propôs uma reunião para segunda-feira dia 29 às 15:00 horas, porém insistiu em dialogar apenas com uma comissão. A assembléia estudantil se posicionará a respeito dessa proposta.E a ocupação continua...

12 comentários:

Unknown disse...

Galera, bora comentar por aqui e divulgar!!! Mas o mais importante é estar na reitoria; e espero que não saimos de lá! Que venha o choque!

Unknown disse...

CMI: ocupação da Universidade Federal do Ceará constou de cerca de 200 estudantes! Temos que mobilizar também.

Nicolas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

http://www.ocupaufpe.blogspot.com/

Unknown disse...

A ocupação tem que continuar!
Isso prova que não estamos dispostos a ceder; muita gente está apoiando vocês, nem que seja com palavras, ou pequenas ações...
Nós estudantes representamos mesmo que involuntariamente uns aos outros, e somos como espelhos que refletem em nossa universidade nossas ações.
Se não somos ainda todos, ao menos os que estão na reitoria valem por uma multidão!

Torreão disse...

Estamos com vocês, universitarios ou não temos que olhar para o futuro.
A universidade federal é um bem público,portanto devemos preserva-la.
Pensar no futuro é pensar na qualidade do ensino.

Anônimo disse...

Vou tocar aqui num ponto específico, que acabei de notar agora e não representa posicionamento diante da questão principal do blog - se aqui é um espaço livre e democrático, qual foi o motivo pra terem apagado um comentário anterior? (por sinal não me pertence)

Se o direito da livre expressão é defendido aqui, cabe aos administradores do blog cuidarem para que isso seja praticado.

Trabalho e sorte, para os manifestantes.

Ocupação UFPE disse...

O comentário foi excluído pelo próprio autor e não pela comissão de comunicação.

ooo disse...

Galera, vamos continuar firme, não podemos recuar não, voltar atrás neste momento seria abrir mão da NOSSA universidade, vamos lutar sempre e desistir jamais... é importante que você companheiro que está lendo isso agora e que anida não compareceu na reitoria, passe lá e dê sua contribuição, precisamos de sua ajuda. Junte-se a nós.

EduSei disse...

É de máxima importância lembrar que o Reuni, como outras medidas é uma tentativa de reformulação das universidades brasileiras, não por bondade do governo, mas por interesses ainda maiores do que os aparentemente visíveis.
Foi colocado por muitos professores( da UFPE) que o Reuni vem principalmente aumentar o número de estudantes nas universidades com o intuito de diminuir a deliberação de verba orçamentária usada na formação de poucos profissionais por motivo de evasão escolar, traduzindo; hoje é gasto muita verba com a formação de poucos alunos, pois o número de evasão tem aumentado a cada dia nas universidades Públicas do Brasil, desta forma, mesmo que o número de evasão progrida, o número de pessoas nas universidades será superado e o gasto será "proporcional".
Então, pelo que se pode perceber, o interesse real dessa reformulação é o aumento de números frente a bancos mundiais e organizaçes não priorizando-se ao menos a qualidade de profissionais inseridos no mercado de trabalho!
A luta contra o REUNI tem que ser não apenas da comunidade acadêmica do Campus, mas de toda uma sociedade que almeje inseri-se futuramente numa Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade.

Unknown disse...

Mobilização total, é hora de Barrar o REUNI em defesa da educação pública.

Não aceitaremos esse duro golpe à universidade, queremos um real aumento nas vagas, e isso só pode vir com investimentos massivos em educação, com a construção de mais universidades, contratação de professores e servidores através de concurso, reestruturação dos laboratórios e bibliotecas, investimento em ciência e tecnologia, e Assistência Estudatil (RU, moradia e bolsas).

Some-se à Juventude Revolução e venha fazer parte do combate em defesa da educação e do socialismo!

Paulo de Souza
bezerp@hotmail.com

o que eu não vi hoje? (Humberto Góes) disse...

Olá pessoal, pode ser que isso incomode as pessoas, mas agora, humildemente, como advogado a serviço dos espoliados do mundo, não posso ficar calado diante do absurdo que ocorre hoje nas universidades públicas brasileiras.

Há muitas formas de tentar impedir que o REUNI seja considerado aprovado pelas universidades.

Espero que vcs fiquem atentos a algumas coisas. Mas, antes, devo ressalvar que as informações que tenho sobre os processos de aprovação são poucas pra fazer uma análise mais aprofundada, mesmo assim, tento fazer com aquilo que foi passado através da lista e de outras pessoas com quem tenho contato, de outras universidades.

1. É possível exigir na justiça ou através do Ministério Público Federal a verificação do quórum da reunião, de modo que se possa observar se houve aprovação com o número mínimo de votos exigidos.

2. As pessoas que deixaram de ser convocadas podem exigir que uma nova reunião seja convocada, haja vista o seu direito de,como integrantes do conselho, fazerem parte de qualquer reunião do órgão colegiado.

3. Mesmo em regime de urgência, qualquer conselheiro pode pedir vistas de um processo em trâmite se considera que não tem condição suficiente de proferir seu voto, que não está convencido da matéria. O que não pode é alguém ser forçado a se abster, votar contra ou a favor porque não tem o direito de analisar melhor o processo, a não ser que o regimento interno traga disposição expressamente contrária ao direito de pedir vistas em caso de urgência. Neste caso, seria interessante ver o que afirma o regimento interno da universidade.

4. O próprio caráter de urgência pode ser questionado. É interessante observar se o caráter de urgência foi votado, se foi, como foi votado, se havia quórum, se houve possibilidade de manifestação do colegiado.

5. Outra coisa a observar é se a reunião do conselho estava sendo relata e se a ata estava sendo escrita, porque, em muitas universidades, isso não aconteceu.

6. O mais importante de tudo, observar o que diz o estatuto e o regimento da universidade quanto à votação de projetos que se entende alterar as condições de autonomia, polêmicos, que possam causar prejuízos, que altere a forma de prestação educacional, que promova grandes mudanças internas a ponto de comprometer o funcionamento ou alterar significativamente o funcionamento. Se houver algo nesse sentido, observar qual o quórum mínimo exigido para esta votação. Se ele não foi cumprido, é mais um meio de tentar impedir o REUNI.

7. Sobre a possibilidade de consulta à comunidade universitária sobre o projeto, é interessante ver se alguém fez essa proposta ao conselho e se ela foi votada. Caso ela não tenha sido votada, a reunião do conselho deve ser retomada para que esta proposta, capaz de alterar a ordem de matérias em votação na pauta, seja apreciada pelo colegiado;

8. Esta é uma tese minha, mas acho que é possível usar como analogia o art. 204 da Constituição que trata de regras gerais para elaboração de políticas Públicas. Segundo esta artigo, a elaboração de políticas públicas (a educação é uma política pública) deve permitir a participação por parte dos "usuários".

Bom, por enquanto não estou lembrando de mais nada. Caso lembre, informo posteriormente. Agora, o que vcs podem fazer com isso? Vcs podem entrar com uma ação civil pública, em nome do DCE ou de um CA que tenha estatuto registrado e CNPJ, ou representar o Ministério Público Federal as irregularidades, de modo que este órgão ajuize uma ação civil pública imediatamente.

Grande abraço a tod@s,

Betinho (advogado popular em SE e mestrando em Direitos Humanos na UFPB)